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:: 17/nov/2018 . 22:52

A REVANCHE DOS SAUDOSISTAS DA LINHA DURA DA DITADURA CIVIL-MILITAR

OS INIMIGOS COMUNISTAS, O COMPORTAMENTO PADRÃO E O CLIMA DE DENÚNCIAS E INTOLERÂNCIAS.

O resultado das eleições deixou um rastro de medo, de ódio recalcado preso nas gargantas, revanchismos dos saudosistas da ditadura e fez surgir, como se previa, uma tropa de desvairados, que acha que agora tem o aval do pregador-mor dos preconceitos, para oprimir e matar gays, negros e índios.

Os ressentidos entendem que agora podem vigiar e censurar professores, e todos aqueles que defendem a democracia, os direitos humanos, as inclusões sociais e as ideias libertárias. Todos que assim pensam estão sendo considerados como “comunistas”, agora milhões pelo Brasil, que merecem ser exterminados. É a volta da caça às bruxas, ou do Comando de Caça aos Comunistas, o famoso CCC.

Alguém ai já deve estar dizendo que isso é coisa de perdedor de esquerda “comunista”. Não é bem assim, e não é meu caso. O maior perdedor pode ser o Brasil, e o tempo dirá. Oxalá que esteja errado. Causa-me arrepios e me dar uma angústia danada no peito essa onda compulsiva e patológica da extrema-direita anitpetista demoníaca, como se o PT tivesse sido o único culpado por todos os males.

Bolsonaro, na verdade, foi produto de um complô de partidos políticos (PSDB, PMDB, PP e outros), ou como diria, de um “conjunto da obra” maléfica de safados, que usaram e abusaram da nossa paciência; roubaram e legislaram de costas para o povo, levando o país ao caos ético e moral. Meteram os pés pelas mãos. Aliás, sujaram literalmente as mãos.

O PT foi apenas o fio condutor dos desvios de condutas, que se coligou aos outros malfeitores da corrupção, tudo pelo poder. Tudo isso serviu de matéria-prima robusta para o apoio à linha bolsonarista, o Coisa. “Como explicar o voto de milhões a um ser repulsivo”? A indagação foi do jornalista e professor da USP, Bernardo Kucinski, ao responder ter sido os donos do poder econômico, a classe média frustrada e os pobres, presas fáceis das teses de linchamento e justiçamento. Incluiria os desiludidos iludidos do amanhã.

OS INIMIGOS COMUNISTAS

A indicação primeira do general Augusto Heleno (tem no seu vice o general Mourão e outro da Defesa), para comandar o GSI(Inteligência e Informação) trata-se de um retorno à Lei de Segurança Nacional (LSN) dos tempos da ditadura, a qual o Bolsonaro nega e, juntamente com seus generais, defendem o retorno ferrenho do anticomunismo, para atingir os movimentos sociais e manifestações de liberdade. Não é atoa que Mourão disse ser irmão siamês do seu presidente eleito.

Por falar em negação da ditadura, o historiador Carlos Zacarias Júnior descreve as ideologias do negacionismo como a mais vil forma de revisionismo adotado por alguns estudiosos. Ele cita a “Noite dos Cristais”, em 9 de novembro de 1938 com o nazifascismo, assim como as ditaduras na América Latina como partes importantes da história da humanidade que nos cobrem de vergonha.

Nesse aspecto, a partir do fenômeno Bolsonaro, muita gente, sem conhecimento da história, por pura ignorância, vem absorvendo a pregação preconceituosa de 30 anos do capitão, que elogia o torturador Carlos Brilhante Ustra, para concluir que não existiu ditadura. Nessa onda tem gente negando a escravidão e o extermínio dos indígenas na América Latina.  O que está por detrás do interesse de fazer esquecer e ocultar os fatos de horror da nossa história?

Dia desses li comentário de um leitor num jornal da capital onde declarava que a eleição do capitão representa retorno dos saudosistas da ditadura militar linha dura que discordou da abertura da política do general Golbery, criador do SNI, e que depois lamentou o monstro que criou. Toda oposição ao retrocesso é agora inimiga e comunista. Segundo ele, “todos os setores iludidos pelo antipetismo, pelo combate à corrupção e à violência, caíram no “conto do vigário”.” As feridas abertas deixadas pela anistia, sem reparação e punição pelos crimes de tortura, mortes e desaparecidos deram lugar ao retorno dos generais.

Os golpes contra a democracia e as liberdades individuais não são apenas militares. Tudo pode acontecer em nome do combate à corrupção e “os maus costumes”. A democracia deixa de existir quando os pobres das periferias passam a viver em estado de sítio, Quando o governo atenta contra a mídia. Quando o Congresso continua com suas mordomias e quando existe genocídio ecológico contra a Amazônia.

A própria Comissão Interamericana de Direitos Humanos vê retrocesso significativo no Brasil com relação aos programas sociais. As próprias medidas fiscais podem reduzir as expectativas de melhora nas condições de vida da população. A Comissão recomenda respeito aos direitos dos povos indígenas, quilombolas, trabalhadores e detentos.

Como advertiu a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, não basta mostrar a Constituição, se já existe na mente a ideia fixa de que o problema da violência será resolvido na base da bala e de medidas mais duras, dando ao militar o direito de matar, sem responder a possíveis delitos aos direitos constitucionais. Aliás, está na Constituição um artigo, imposto pelos generais no final da ditadura, que em caso de desordem, as forças armadas podem assumir o poder, Essa questão de ordem e desordem têm conceitos subjetivos.

Desistiu de fundir o Ministério da Agricultura ao Meio Ambiente por questões de logística de mercado no exterior, mas todos sabem que o seu indicado será apenas um fantoche para dizer amém aos ruralistas que aumentaram sua bancada no Congresso Nacional que, aliás, continuará, junto com o Judiciário (os salários do Supremo vão passar de 33 mil para 39 mil), gozando de suas mordomias e privilégios, em detrimento da redução dos ministérios e gastos do executivo prometido pelo capitão.

O novo presidente fala em enxugar a máquina pública, mas vai permanecer o rombo dos poderes legislativo e judiciário em todas as esferas estadual e municipal. Não se enganem, tudo o que é de ruim vai continuar para os oprimidos. Tudo quanto for de bom vai ficar para os opressores do mercado livre. A cultura, o direito dos trabalhadores, os programas sociais, o bolsa família com cortes de 15 bilhões de reais ( sete milhões de excluídos), o corte de 46,5% do Sistema Único de Assistência Social e mais 30 bilhões do benefício de prestação continuada não serão prioridades.

Por falar em Congresso, ainda mais conservador, um terço dos eleitos, ou  seja, 160 deputados e 38  senadores, responde a processos, com um total de 540 acusações. Só o PT tem 30 dos 62 eleitos. A bancada dos processados está em 21 partidos, inclusive do PSL. Pelo Judiciário, os magistrados aplaudiram o aumento de seus salários.

COMPORTAMENTO PADRÃO

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