Todo pleito eleitoral, no seu conjunto, neste Brasil dos coronéis, significa uma Falsa Notícia. Aqui mesmo, em Vitória da Conquista, há anos os candidatos prometem construir o aeroporto e uma barragem para abastecimento de água. As obras nunca chegaram. Mesmo assim, sempre são eleitos. Eu só queria entender! Falta de memória? Falta de consciência política?

Os movimentos negros, principalmente, sempre acusaram que Salvador, a capital mais africana do Brasil, nunca elegeu um governador ou um prefeito afrodescendente, justificando aí a força do racismo. No entanto, quando surge um candidato, como agora na figura de uma mulher, nenhuma dessas entidades aparece para apoiá-la e votar nela. Pelo que vemos, o apoio é para o outro do PT, inclusive todos apresentadores do programa do partido são negros. Onde está este racismo? Eu só queria entender!

Fosse um cidadão comum e logo estaria preso por injúria, racismo, xenofobia, homofobia e outras coisas mais. Como foi o Bolsonaro valentão que tratou os quilombolas de animais com peso pesado de arrobas que não prestam nem para reprodução, suas palavras foram julgadas pelo Superior Tribunal Federal como grosseiras e vulgares. Como deputado, ele tem o direito de expressar o que quiser, inclusive chamar uma mulher de vagabunda e que outra não serviria nem para ele estuprar.

Bem, gente, eu só queria entender como funciona a cabeça deste Brasil que, há muito tempo, deixou de ser o meu país para ser só deles, os intocáveis, que tudo pode fazer, sem serem punidos. O valentão que promete resolver tudo na bala, em nome de Deus, da família e da pátria, pode ser eleito presidente da República. Doideira pura, meu! E ainda dizem que as eleições são a saída para tirar o país do buraco sem fundo. Eu só queria entender!

Na disputa entre fanáticos, como menino de recado, grita o populista ex-prefeito de São Paulo, um dos piores das capitais, que em nome de seu chefe presidiário, o “povo vai voltar a ser feliz”. Vota-se em um para eleger o condenado. Enquanto a caravana passa nesse fogo acirrado, a multidão ignara desfralda bandeiras vermelhas, amarelas, azuis, rosas e ate pretas, todas cortando as avenidas e praças rumo a um destino incerto em meio a tanto ódio e intolerância de que um é o deus e o outro é o diabo.

Atrás segue o cordão de mais mafiosos de um chamado centrão ganancioso que até há pouco tempo fazia parte da mesma “família unida” que roubou o Brasil no mensalão, saqueou a Petrobrás e sugou como vampiros os recursos da saúde, da educação, da segurança, das crianças e dos idosos, matando milhares e deixando milhões no desespero. Ainda tem a corrente da prepotência e da arrogância, que ora morde e ora sopra os da frente para conseguir seus adeptos.

Tudo embolado nos mesmos discursos repetitivos, a turma dos menos poderosos, sem tempo, sem fala, sem visibilidade e força para enfrentar a disputa de igual para igual, funciona como simples figurinistas dessa ópera bufa. Aos olhos dos seguidores fieis dos pelotões de elite, esse grupo nem existe. Apenas faz parte de um teatro tupiniquim.

Vejo hoje gente se arrastando pelo chão do asfalto, como súditos escravos, atrás de seus ladrões, mentirosos, embusteiros e estelionatários de promessas que só pensam em seus interesses para manter o poder das mordomias e das benesses, quando até há pouco tempo juravam de pé junto que iriam dar o troco em toda essa corja de políticos. Tem ladrão jogando beijinho para seus seguidores e bajuladores de sempre.

Todos vão voltar para seus devidos lugares, e ainda vão levar seus herdeiros para lá, onde sempre estiveram fanfarreando e nos mandando bananas podres. Eu só queria entender o porquê de não existir limites neste país para tanta submissão e escravidão? Só deve ser a ignorância, ou tudo é uma geleia geral!