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:: 4/set/2018 . 1:02

OS ASSASSINOS DA CULTURA

Depois da destruição completa do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, pelo incêndio do último domingo, os cínicos assassinos da cultura aparecem para dar entrevistas fajutas sobre o ocorrido, sempre com justificativas de que estavam agilizando medidas para preservação do seu acervo. Quem será a próxima vítima de destruição?

O presidente mordomo de Drácula solta nota de lamento e anuncia verba e ações conjuntas para reconstruir o Museu de 200 anos que contava com peças valiosas e históricas da humanidade. Cadê os investimentos de manutenção do prédio? Recuperar mais o quê? Vão fazer cópias falsas?

Prometem investigar as causas do incêndio. Mais uma vez, para que? Para não dar em nada e ficar por isso mesmo? Por acaso, os verdadeiros responsáveis vão ser punidos? Está na cara que não. Mais uma vergonha brasileira que repercute negativamente no exterior. Estamos vivendo num país destroçado e aniquilado.

Como andam as coisas neste país falido e desgovernado, de mal a pior, estava demorando acontecer uma tragédia anunciada por aqui de grandes proporções, quando não são fatos políticos escandalosos de corrupção, roubos, falcatruas e mortes cruéis de crianças e jovens por balas perdidas.

Num Brasil que nunca deu prioridade à educação e ao seu patrimônio histórico, os assassinatos cometidos contra a cultura não são de hoje. Há pouco tempo foi o incêndio do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Dizem que estão fazendo outro, com o nosso dinheiro.

Por falar nisso, nossa língua está sendo assassinada todos os dias por neologismos estrangeiros. Nos estabelecimentos comerciais, empresas e lojas nos shoppings center as placas são todas em inglês, e não existe uma lei para acabar com essa agressão. A maioria nada entende o que está escrito nas casas, mas todos acham bonito. Mais uma vez, fala alto o complexo de inferioridade e o modismo de imitar tudo o que é de fora. Não passamos de papagaios.

Todas as vezes que se fecha uma biblioteca, que se deixa um museu pegar fogo e entrar em ruínas o patrimônio público, está se assassinando a cultura brasileira, e ninguém toma providências. Aqui mesmo em Salvador, e até em Vitória da Conquista, o que ainda resta de arquitetura antiga está caindo aos pedaços. Caso específico do Centro Histórico de Salvador.

Na última vez que estive no Rio de Janeiro, no final do ano passado, vi com meus próprios olhos, o estado de precariedade e penúria da Biblioteca Nacional e outros equipamentos públicos. Contra o abandono, vi funcionários em protesto colocando fitas pretas nas peças e estátuas. Todos estavam de luto. Pelo andar da carruagem, a vez desses acervos públicos também vai chegar. E ai, lá vem mais lamentos e entrevistas dos cínicos que estão destruindo nosso Bpatrimônio.





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