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:: 15/jun/2018 . 0:34

MUNDIAL DIVIDE A TORCIDA BRASILEIRA

Carlos Albán González – jornalista

O Brasil tem hoje o segundo maior contingente de torcedores estrangeiros em território russo. A Fifa revela que os norte-americanos – sua seleção não foi classificada para a Copa deste ano – adquiriram 80.161 entradas para os jogos, seguidos dos brasileiros, com 65.863 ingressos, superando países com maior potencial econômico e mais próximos do maior evento do futebol no mundo, como Alemanha, Japão, Coréia do Sul, Espanha, Austrália e França.

Os números revelam um absurdo contra-senso, porque, como todos nós sabemos, o Brasil, mergulhado em corrupção e retrocesso, que envolvem governantes, políticos, empresários, juízes, servidores públicos e dirigentes esportivos, está se afundando cada vez mais no fosso da desigualdade social e econômica.

Esse aumento do abismo entre ricos e pobres ficou evidente na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada no final de 2017. Segundo a pesquisa houve há cinco anos uma redução da fatia dos mais pobres, graças aos programas sociais, como o Bolsa Família, que alcança hoje 13,7% das famílias no país – 28,4% no Nordeste.  No entanto, nos últimos dois anos o Brasil despencou 19 posições no item desigualdade social elaborado pela ONU, figurando hoje entre os dez mais desiguais do mundo. O exemplo mais evidente é o de que os 5% mais ricos detêm o mesmo rendimento dos 95% restantes.

Esses mesmos brasileiros que enfrentaram 30 horas de voo até Moscou ou São Petersburgo, onde o Brasil fará os dois últimos jogos da primeira fase – o primeiro será em Rostov-do-Don, são os mesmos que deixaram no primeiro trimestre deste ano 5 bilhões de dólares em viagens ao exterior, um aumento de 10,2% em relação ao mesmo período de 2017.

Pacotes de viagem com permanência de duas semanas na Rússia, incluindo o aéreo, com saídas de São Paulo e Rio de Janeiro, foram vendidos no ano passado, quando o dólar não sofria altas diárias por conta dos especuladores, por 18 a 35 mil reais, dependendo do tipo de hospedagem e dos longos deslocamentos no interior do país.

Os preços para os ingressos custam dez vezes mais do que os praticados na Copa de 2014. O mais barato (categoria 3, atrás das metas), utilizado na fase de grupos, vendido no Brasil a R$ 30, está sendo negociado a US$ 105 (cerca de R$ 404). O mais caro, para a partida final, talvez ainda possa ser adquirido por US$ 7.040 (R$ 27 mil). Alimentação e hospedagem têm preços equivalentes aos nossos. O metrô, o mais antigo e um dos melhores do mundo, é o meio de transporte mais utilizado dentro das cidades. O trecho Moscou-São Petersburgo, com 700 km, é coberto em 3h40 no trem-bala, por R$ 635; Moscou-Rostov-do-Don), com 15h34,custa R$ 473.

Desinteresse

Moradores de uma rua do bairro Real Copagre, em Teresina, tomaram uma decisão inusitada, em protesto contra a situação política do país, aliada às constantes denúncias de corrupção: as paredes e muros da rua foram pintados com de azul e branco, as cores da Argentina, além de bandeiras do país vizinho. A ideia teve o apoio de 90% dos moradores, que contribuíram cada um com R$ 25 para compra do material e a contratação de um pintor.

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