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:: 1/jun/2018 . 1:36

O MEIO AMBIENTE AGRADECE

A greve dos caminhoneiros revelou absurdos, caos no abastecimento de produtos em geral, o mau caráter de milhares de brasileiros, tanto de consumidores como de comerciantes, desvios de personalidades, perigosas tendências ideológicas para a ditadura, mas teve muitos pontos positivos, e um deles foi o alívio que se deu para o meio ambiente, retirando do ar grandes quantidades de poluentes de fuligens e gás carbônico.

Nisso tudo, depois de tantos transtornos, a natureza agradece pela menor circulação de carros nas estradas e nos centros urbanos. O movimento serviu para alertar a todos que a corrente maluca, fascista e reacionária que prega uma intervenção militar no país, não é mais tão insignificante e sem importância como era vista por muitos há dois ou três anos.

Há mais de cinco anos venho dizendo que a extrema direita era perigosa, mas sempre fui contestado de que não existia clima para isso. E agora, existe? Muitos generais já começam a ficar impacientes. Serviu também para atestar que o mercado governa o Estado, e não o inverso. Estamos sendo fritados num frigideira capitalista.

Apesar de muitos gestos de solidariedade, serviu ainda para mostrar o grau elevado de egoísmo e individualismo dos gananciosos avarentos, tão perniciosos quantos os políticos corruptos. Serviu para confirmar os erros do passado, desde o governo de Washington Luiz, na década de 20, quando se deu prioridade ao sistema rodoviário, intensificado mais ainda no mandato JK. Na época, Juscelino abriu mais estradas para favorecer a Fábrica Nacional de Motores, conhecida como “Fênêmê”, ou Fome, Necessidade e Miséria, para que seus caminhões pudessem rodar e transportar as mercadorias.

As medidas de retirada da CIDE e redução de 46 centavos do óleo diesel não vão resolver o problema, e não passam de ações paliativas, tendo em vista que vai persistir a loucura da política de preços dos combustíveis, embutidos com a variação do dólar e a cotação do petróleo no mercado internacional. A ira vai continuar e pode enveredar para uma convulsão social.

Com a intenção do governo morto de cortar gastos nas já debilitadas áreas da educação e da saúde, para compensar o pequeno subsídio dado ao diesel, vai afundar mais ainda o Brasil e aprofundar a desigualdade social obscena. Nada de cortes nas mordomias e privilégios nas castas roedoras dos nossos recursos, encasteladas nos poderes executivo, legislativo e judiciário. A tudo eles assistem de suas torres reais como se fossem intocáveis.

Até 1988 o governo federal ficava com 24 reais dos 100 ganhos por cada brasileiro. Nos tempos atuais leva entre 34 a 36 reais. A média de aposentadoria do trabalhador comum gira em torno de mil e setecentos reais por mês. Um funcionário do executivo se aposenta com uma média de sete mil reais. No legislativo essa média sobe para 16 mil reais. Para aonde vai tanto dinheiro pago pelo contribuinte? Nem precisa dizer.

Voltando para o meio ambiente, que agradece a greve dos caminhoneiros, o aumento de 34% no número de viagens de bicicletas compartilhadas no período demonstra seu lado positivo. Nas capitais de São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife e Rio de Janeiro ocorreram 118 mil viagens contra 88 mil na semana anterior às manifestações. Muitos animais que servem de alimentos para os humanos morreram de fome antes do tempo, mas outros milhares ganharam mais alguns dias de vida. É uma ironia!





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