Se todos os políticos acusados pelas delações da Operação Lava Jato se dizem inocentes, como alegam os próprios, rebatendo as denúncias como estapafúrdias, mentirosas, esdruxulas e outros termos, como “recebi a notícia com perplexidade”, então, tudo não passa de mentira e não houve corrupção nenhuma na Petrobrás. Propina é invenção, gente!

A Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro estão simulando uma ação e atuando num caso irreal. É surrealismo puro. São todos grandes artistas. Esta Nação tão idolatrada é uma mentira. Nós somos uma mentira nacional. Tudo que vemos e temos é utópico, coisa da imaginação e devaneios da cabeça.

O Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás, que assumiu devolver 90 milhões de dólares depositados em contas no exterior, é um cara muito generoso que apenas quer ajudar o Brasil, ou, então, ele é mais um personagem na cena de toda essa ficção teatral que criaram. Os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, simplesmente, não existem. É tudo uma armação política.

Dos três principais poderes (existem outros) que comandam diretamente este país, o pior de todos é o Congresso Nacional (o legislativo) que acoberta os malfeitos e os atos de ladroagem dos seus pares. É muita cara de pau o político vir a público e cobrar cortes de gastos e redução dos ministérios do poder executivo, quando eles (Câmara, Senado, Assembleias e Câmaras de Vereadores) estão nadando no mar de mordomias. É aquela história de que o macaco não olha para o seu próprio rabo.

Se todos os políticos apontados desmentem e negam tudo com tamanha perplexidade, então, tudo não passa de um mero engano. A roubalheira limitou-se aos ex-diretores da estatal e às empreiteiras. Nem os partidos podem ser culpados porque estes já “oficializaram as propinas”. Todos não passam de vítimas que foram seduzidas pelo sistema e pelo brilho do diamante. Na verdade, foram hipnotizados.

 O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que recebeu afagos dos seus colegas da situação e oposição, disse na CPI que o procurador Geral da República, Rodrigo Janot, fez uma escolha política, e ele foi uma das vítimas. Só faltou afirmar que houve um sorteio aleatório. O procurador jogou todos os nomes para o alto e quem caiu em sua mão foi para a lista dos investigados.

O mesmo Cunha, que há poucos dias andava às turras com a presidente Dilma, teve o desplante de declarar que o culpado de tudo isso foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ter baixado decreto que modificou a lei de licitações na empresa, como se esse ato justificasse a ladroagem. Parece com aquela história antiga do dono da pensão que acorrentava a geladeira com cadeado para evitar o roubo de alimentos durante a madrugada. Caso facilitasse a chave em algum lugar e a geladeira fosse arrombada, o maior culpado era o dono da pensão. Prisão nele que deu uma cochilada.

A impressão que se tem é que eles não fizeram nada de mais e não podem ser culpados, já que o dono da mina deixou a porta meio aberta. Prendam e encarcerem, então, o decreto do ex-presidente FHC e que todos os outros sejam inocentados porque não passaram de vítimas. O decreto é o criminoso que permitiu a instituição do esquema de corrupção. O caso está resolvido.

É necessária e urgente, mas não é apenas a reforma política que vai acabar de vez com a corrupção no Brasil. A má índole e o mau caráter dos indivíduos vão falar mais alto. Eles vão continuar encontrando um jeitinho de burlar a lei ou o decreto.

Quanto mais têm, mais querem. Vejam o caso do juiz que ficou com os bens e desviou parte do dinheiro apreendido do empresário Eike Batista! Não é o salário de 500 mil ou um milhão de reais por mês que vai transformar esse tipo de pessoa num cidadão honesto. Por que desembargadores da justiça vendem sentenças?