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Em Palmeiras, a estátua do garimpeiro

Sem o bem mais preciso que é a água para exibir toda sua beleza, em decorrência da seca, não foi possível visitarmos a famosa Cachoeira da Fumaça, mas lá estava, ao seu lado, a vila do Vale do Capão, em Palmeiras, com toda sua exuberância de paisagens encantadoras.

O local e sua gente receptiva e calorosa transmitem energia positiva, principalmente à noite quando tudo vira festa e alegria. Qualquer um se contagia com a magia do lugar e sempre volta outra vez. Tem turistas de toda parte da Bahia, do Brasil e do exterior, mas todos entendem a mesma língua de paz e amor da mãe natureza. A tradução é bem fácil, basta se sentir feliz.

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De lá conhecemos o Parque Municipal do Riachinho, no mesmo Vale, com sua fantástica paisagem que fascina o visitante. Um banho é sempre bem vindo ao som silencioso da cachoeira, para aliviar o cansaço da caminhada e relaxar a mente.

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Palmeiras é uma cidade pacata, mas se transforma com o barulho do movimento durante o carnaval, conforme relatam os moradores. Só não gostei da descaracterização do calçamento das ruas e das faixadas arquitetônicas dos tempos coloniais do garimpo. Para recompensar, a imponente estátua do garimpeiro, na Praça da Matriz, mantém viva a história daquela terra.

Pela BR-242, pesada de carretas vindas do oeste dos grãos, próximo ao Morro do pai Inácio, fizemos outra parada e descemos até o Poço do Diabo onde uma grande pedra tem o formato da garganta do dito cujo. O povo é sábio para dar nome às imagens feitas pela natureza, mas é maldito quando destrói sua fauna e sua flora deixando lixo por onde passa.

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Em Lençóis, subimos até os “Caldeirões do Serrano” onde poços d´água são verdadeiras piscinas de hidromassagens naturais. Um deles, o “Poço do Padre” é bem convidativo. Seu nome, segundo diz a lenda, foi dado porque o sacerdote de Cristo pulou do alto e se afogou. É que ele não sabia nadar e imaginou que o local era raso, conforme contou o nosso guia.

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Mais ao lado, nos deparamos na subida com o nobre Salão das Areias Coloridas, que são engarrafas e vendidas em lojas de artesanato. O espaço cercado de rochas por todos os lados passa a ideia que ali há milhões de anos houve um abalo sísmico e as pedras caíram umas sobre as outras formando um salão de areias. É só movê-las e aparecem diferentes cores.

Mais à frente, numa trilha de pedras por entre árvores, lá está a Cachoeirinha que, mesmo com pouca água, é um santuário prazeroso para mais um refrescante banho. Por ser tão tranquila, muita gente aproveita para dar uma meditada e pensar um pouco na humanidade do mundo atual.

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Sempre digo que não existe lugar feio na Chapada Diamantina. O mais difícil é saber qual o mais bonito de todos. Vale a pena o cansaço do corpo que se junta à leveza da alma. Nosso passeio continua pelo Maribus, Roncador (Lençóis), Poço Azul e o Xique-Xique do Igatu, em Andaraí.