A Organização Transparência Brasil detectou que grande parte dos deputados federais e senadores são herdeiros de clãs políticos. Na Câmara Federal, 49% dos eleitos têm parentes na política. No Senado são 60%.

Dos novos deputados federais com menos de 35 anos, 85% pertencem a famílias de políticos antigos. Só da Bahia podemos citar Uldurico Júnior, Mário Negromonte Júnior e Cacá Leão. Na Câmara, a maior concentração de clãs políticos está no Nordeste.

É a chamada herança maldita do sistema político coronelista e oligárquico. Essa herança não está apenas impregnada na Câmara e no Senado. Ela se espalha pelas assembleias legislativas e câmaras municipais de vereadores. É por essas e outras que os parlamentares de Brasília dão um pinote quando se fala em reforma política através de um plebiscito popular.

Claro que eles não querem largar o osso. O sistema perverso e cruel mantem o poder de costas viradas para o povo, enquanto a corrupção corre solta e os conservadores de extrema-direita, que pedem retorno da ditadura militar, avançam em cada eleição.

Cada vez mais fica apertado o espaço para os honestos que querem mudar o país. Congressistas competentes e sérios de mãos limpas como Eduardo Suplicy, Pedro Simon, Almino Afonso e outros foram deletados. Ainda dizem por aí que o povo hoje sabe votar.