As irregularidades em obras e os escândalos de corrupção estão espalhados por todos os recantos deste país, envergonhando os brasileiros e aumentando as desigualdades regionais em todos os setores. Em nosso sertão do sudoeste baiano, precisamente em Tanhaçu e Ituaçu, há quatro anos que os inscritos no programa das casas populares esperam receber suas unidades.

CARRANCA 055 - Cópia

Por que das 263 casas populares previstas pelo Programa de Subsídio à Habitação (PSH) nos dois municípios citados, apenas 80 foram construídas, sendo que destas, 17 estão inacabadas? É isso que a Justiça Federal quer saber da União, do Governo da Bahia, das duas prefeituras e das instituições financeiras Economisa Crédito Imobiliário S/A e Banco Industrial e Comercial S/A (BicBanco).

Por meio de repasses de verbas da União às instituições financeiras, responsáveis pelas obras, o PSH viabiliza a aquisição de casas populares para famílias de baixa renda. A ação civil pelo atraso na entrega das casas populares está sendo ajuizada pelo Ministério Público Federal de Vitória da Conquista, que informa que a União repassou aos bancos R$1 milhão e 600 mil. Já o Estado da Bahia, quase R$700 mil.

Os prefeitos de Tanhaçu, João Francisco Santos (PT) e de Ituaçu, Albérico da Costa Brito Filho (PSB) alegaram para a imprensa que apenas doaram os terrenos. Em Tanhaçu, das 58 casas previstas, apenas 12 foram concluídas. Em Ituaçu, das 115 previstas, apenas 40 foram construídas.

O mais grave é que tem gente comentando por aí que os repasses do governo federal foram para a Fetag (Federação dos Trabalhadores Agrícolas). É mais uma caso grave de desvio de dinheiro que precisa ser apurado, mas tudo não fica no “vamos apurar, e os culpados serão punidos, doa em quem doer”.