Av. Integração 2 - Cópia

DIA DA CAATINGA

Mais uma vez passou despercebido entre nós o Dia Nacional da Caatinga transcorrido segunda-feira, dia 28 de abril. O nosso pobre e rico semiárido só é mesmo lembrado em época de eleições quando os candidatos aparecem para pedir voto. Não vi e nem li nenhum comentário nos veículos de comunicação, pelo menos local, sobre o assunto. O dia foi instituído pelo governo federal para homenagear este bioma tão rico que ocupa cerca de 850 mil quilômetros quadrados do território nacional, mas que tem apenas 2% da sua área protegida.

QUEBRA-MOLAS

A prefeitura abriu as vias principais das avenidas para desafogar o trânsito na cidade de Conquista e isso é bom, mas esta pecando na instalação exagerada de quebra-molas nas avenidas, como a Pará, Integração e a Juracy Magalhães, por exemplo. O Código Brasileiro de Trânsito e a Resolução número 39/98 do CNT estabelece padrões de critérios para implantação de ondulações, mais conhecidas como quebra-molas. Assim, Conquista está virando a cidade dos quebra-molas, verdadeiras armadilhas que provocam desconforto e prejuízos materiais aos proprietários de veículos.

UMA VERGONHA

O aeroporto de Vitória da Conquista é uma vergonha para a cidade. Além do espaço físico que é um cubículo apertadinho, quando o tempo está nublado não desce avião na pista, fora os atrasos comuns e os desvios de malas que deixam passageiros irritados. Ninguém aparece para dar explicações. É uma vergonha para a terceira maior cidade da Bahia. A construção do novo aeroporto, pelo seu lento andamento das obras, pode entrar no rol de mais uma obra inacabada em Conquista, como a penitenciária.

UM CAOS

Não é nenhuma novidade dizer que o trânsito de Conquista é um caos completo. No centro, principalmente, o que mais se vê são irregularidades e infrações. Dia desses vi um motorista estacionar bem em frente de uma placa de proibido parar e estacionar. O imbecil, além de tomar parte do passeio, ligou o alerta como se esse procedimento lhe desse direito a fazer aquela idiotice, passando por cima da lei de trânsito. O indivíduo estava ali cometendo três infrações. Cada um faz o que bem entende e os outros que se danem. Coisa rara é ver um guarda de trânsito. Se bem que não vai resolver o problema, há três anos que se tenta implantar a zona azul, mas nada. Já disse várias vezes que Conquista precisa de grandes projetos de intervenção do porte da cidade.

MEMORIAL E MUSEU

Pela referência que tem na região e na Bahia, a Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista já deveria ter um memorial para contar a história da Casa e da cidade. Seria um projeto de grande peso e de valorização da comunidade, sem contar que serviria de estímulo para que os jovens, principalmente, passassem a conhecer suas origens e as principais personalidades que fundaram e ajudaram a cidade em seu desenvolvimento econômico, político e social.  Bastam de tantos requerimentos, indicações e moções de aplausos. Com 21 parlamentares, a comunidade que ver projetos de importância. Outra iniciativa seria a criação de um museu regional da imprensa. A  Câmara poderia comandar este projeto em conjunto com outras entidades e instituições, inclusive a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Imprensa é história e muita coisa dela está se apagando com o tempo. Uma comissão criada pela Câmara poderia dar início a uma mobilização nesse sentido visando concretizar programas dessa natureza, de grande utilidade educacional e cultural para a cidade e a região sudoeste.

CALÇADAS DESPEDAÇADAS

A grande maioria das calçadas em Conquista, especialmente no centro, está em estado lamentável, caindo aos pedações. É um tormento caminhar nelas, principalmente as pessoas com deficiência. Muitas delas não têm nem mais calçamento. Outra coisa em Conquista que deixa uma imagem negativa ao visitante é a poluição visual. Os estabelecimentos comerciais entopem as fachadas de suas lojas de propagandas como se isso ajudasse a vender mais. A poluição sonora também é outro horror. Cabe ao poder público disciplinar com rigor estes procedimentos para que a cidade tenha outra cara.

CARTÓRIOS

Já foi reconhecer uma firma ou tirar um documento num cartório da cidade? Se não foi, então vá pra ver o inferno. É um caso de polícia. Com a privatização, disseram que tudo ia melhorar. Como no geral, é mais uma propaganda enganosa que faz o povo acreditar. Além do tempo de demora numa fila, os preços dos serviços mal prestados dobraram. Cadê as autoridades, a Justiça? Ninguém vê, ninguém sabe de nada. O povo continua calado e resignado.

EM PLENAS CAMPANHAS

A lei 9.504/97 em seu artigo 36 da Resolução Eleitoral determina que só a partir de seis de julho os candidatos a cargos eletivos poderão fazer propaganda eleitoral. Contrariando a lei, os candidatos estão em plena campanha e o Superior Tribunal Eleitoral presencia este desrespeito sem tomar providência. Tudo começou com Lula e a presidente Dilma desde final do ano passado. É aquela história de que se os outros fazem também posso fazer. A coisa está tão banalizada que os caras de paus utilizam o sonolento horário eleitoral da TV pago pelo povo para fazer campanha de seus candidatos. Só falta pedir diretamente o voto. O horário eleitoral na televisão é um desserviço á população e não via de esclarecimento da população como deveria ser. Todos partidos e candidatos (presidentes, senadores e governadores) estão em plena campanha e a presidente aproveita inaugurações para entregar casas malfeitas, tratadores e veículos para os prefeitos. Como acreditar nesta Justiça?

CULTURA DO BANDITISMO

“A própria polícia repudia a ética e se acha no direito de pisar na Constituição. Isso é uma chantagem, um quadro imoral”- desabafou um estudioso no assunto em entrevista num jornal. O artigo 142,IV da  Constituição Federal de 1988 diz que ao militar são proibidos sindicalização e fazer greve. Se esta redação está inserida na Carta significa que não existe mais espaço para argumentos a favor ou contra, a não ser que mude o artigo através de um projeto de lei chamado PEC. Mesmo assim, a categoria decreta greve e os marginais, incluindo aí cidadãos sem passagem pela polícia, estabelecem a cultura do banditismo. Interessante é que normalmente você passa pelo centro da cidade e dificilmente vê um policial, mas o clima, pelo menos aparentemente, é de tranquilidade. Basta a polícia anunciar uma greve e logo as ruas se transforma numa guerra de arrastões, as lojas fecham as portas e muita gente se tranca em casa. É uma questão mais psicológica.

O LOUCO CONSUMISMO

Sobre a última greve e os arrombamentos de casas comerciais, o antropólogo e professor Ordep Serra comentou que os saques são práticas resultantes da falta de assistência às camadas mais pobres. Essas pessoas, segundo o professor, veem na ausência do policiamento uma estratégia para suprir suas carências. Outro incentivo para isso, na sua avaliação, é o incentivo ao consumismo. “Há uma impressão no senso comum de que a cidadania está relacionada ao consumo. A pessoa só tem valor se consumir”. Faltou ele dizer que a mídia é a maior culpada. De olho nos lucros, ela está sempre instigando a pessoas a consumir mais e mais. Vivemos a sociedade do papel e do plástico.

MAIS VIOLENTAS DO MUNDO

Levantamento do Escritório sobre Drogas e Crimes das Nações Unidos detectou que o Brasil tem 11 cidades das 30 mais violentas do mundo. É uma guerra civil, meus senhores! No ranking da ONU, Salvador aparece em 13º lugar com mais homicídios no planeta depois de Fortaleza, João Pessoa e Natal. O Brasil é mais violento que o México. A América Latina, cujo povo foi sempre explorado, expoliado e escravizado desde os tempos colônias, como relata o escritor Eduardo Galeano em “As Veias Abertas da América Latina” (todo mundo deveria ler), desbancou a África como a região mais violenta. Honduras é o mais violento.

NÃO VOU TORCER

Que me desculpem Neymar e seus companheiros de campo, mas nesta Copa do Mundo não vou torcer mesmo para o Brasil. Não comparando mal, também seria demais, nessa disputa internacional vejo um clima político e eleitoral parecido com a Copa de 1970 quando a ditadura torturava e matava enquanto estádios e as ruas berravam gritos de gol e estampavam o verde e amarelo no canto do “Ame-o ou Deixe-o”. Hoje temos uma democracia relativa, mas uma enorme lacuna na educação de qualidade, sem contar o estado lastimável da saúde pública e outras necessidades na área social. Enquanto isso, foram investidos bilhões de reais (recursos públicos) para construir estádios, muitos dos quais se transformarão em “elefante brancos”. Não dá para esquecer tudo e encarar. Brasil só deveria sediar uma copa quando estivesse com sua casa arrumada. Mire no exemplo da Colômbia em 1986 que, faltando dois anos para o evento, o governo Belisário Bittencout disse para a Fifa que não iria atender aos seus caprichos lucrativos e que levasse o evento para onde bem quisesse, pois tinha uma casa para arrumar. A Copa foi realizada no México.